Informações retiradas de um site do ministério da saúde :
COLESTEROL HDL | COLESTEROL LDL | TRIGLICERÍDEOS
11 DE JANEIRO DE 2012 AUTOR: DR.
PEDRO PINHEIRO 166 COMENTÁRIO(S)
Muito se fala sobre o colesterol bom e colesterol ruim, mas pouco se
explica sobre o seu real significado. Existem vários tipos de colesterol:
colesterol HDL, colesterol LDL, colesterol VLDL, colesterol IDL,
triglicerídeos..., um excesso de siglas que costuma confundir muito os
pacientes.
Neste textos vamos abordar as seguintes questões sobre o colesterol:
O que é o colesterol?
O que é aterosclerose?
O que é dislipidemia?
Quais são os tipos de colesterol que existem?
Qual é o colesterol bom?
Qual é o colesterol ruim?
Quais são as consequências de um colesterol alto?
Quais são os sintomas do colesterol alto?
Qual é o melhor tratamento para o colesterol alto?
Depois da leitura deste texto, não deixe de ler também nosso texto sobre
colesterol e dieta: DIETA PARA BAIXAR O
COLESTEROL.
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O que é o colesterol
Muito se ouve falar sobre o colesterol bom e ruim, mas pouco se explica
sobre o seu real significado.
O colesterol é uma substância gordurosa encontrada em todas as células
no nosso corpo. Ele é essencial para a formação das membranas das nossas
células, para a síntese de hormônios, como a testosterona, estrogênio, cortisol
e outros (leia sobre a supra-renal para mais informações), para a produção da
bile, para digestão de alimentos gordurosos, para formação da mielina (uma
bainha que cobre os nervos), para metabolização de algumas vitaminas (A, D, E e
K), etc.
O colesterol do nosso organismo tem duas origens:
a) endógena - o colesterol é produzido pelo nosso próprio corpo,
principalmente pelo fígado.
b) exógena - o colesterol também pode ser é adquirido através dos
alimentos.
Tipos de colesterol
Como se trata de uma substância gordurosa, o colesterol não se dissolve
no sangue; é igual a gotas de óleo na água. Portanto, para viajar através da
corrente sanguínea e alcançar os tecidos periféricos, o colesterol precisa de
um transportador. Essa função cabe às lipoproteínas que são produzidas no
fígado. As principais são:
- VLDL (Very low-density lipoprotein)
- LDL (Low-density lipoprotein)
- HDL ( High-density lipoprotein)
O LDL transporta colesterol e um pouco de triglicerídeos do sangue para
os tecidos. O VLDL transporta triglicerídeos e um pouco de colesterol. O HDL é
um transportador diferente, ele faz o caminho inverso, tira colesterol dos
tecidos e devolve para o fígado que vai excretá-lo nos intestinos.
Enquanto o LDL e o VLDL levam colesterol para as células e facilitam a
deposição de gordura nos vasos, o HDL faz o inverso, promove a retirada do
excesso de colesterol, inclusive das placas arteriais. Por isso, denominamos o
HDL como colesterol bom e o VLDL e o LDL como colesterol ruim.
A produção das lipoproteínas é regulada pelos níveis de colesterol.
Colesterol derivado de gorduras saturadas e gordura trans favorecem a produção
de LDL, enquanto que o consumo de gorduras insaturadas, encontrada no azeite,
peixes e amêndoas, por exemplo, promovem a produção do HDL.
Portanto, ao dosarmos os valores das lipoproteínas transportadoras LDL,
VLDL e HDL temos uma avaliação indireta da quantidade e da qualidade do
colesterol que circula em nosso sangue.
O que é aterosclerose?
Elevadas concentrações de VLDL e o LDL estão associados à deposição de
gordura na parede dos vasos sanguíneos, levando à formação de placas de
colesterol. Quando nosso corpo tem mais colesterol do que precisa, as moléculas
de LDL ficam circulando no sangue à procura de algum tecido que esteja
precisando de colesterol para o seu funcionamento. Se este colesterol não for
entregue a nenhum tecido, a molécula de LDL acaba se depositando nos vasos,
acumulando gordura no mesmos. Este processo é chamado de aterosclerose
Placas de colesterol nos vasos
Veja na ilustração ao lado como essas placas de gordura ocupam espaço e
diminuem o diâmetro da luz dos vasos (chamamos de luz a parte oca de dentro dos
vasos por onde passa o sangue). A aterosclerose também causa lesão direta na
parede, diminuindo a elasticidade das artérias, tornando-as mais duras.
O depósito de gordura e a lesão da parede dos vasos favorecem a
obstrução do fluxo de sangue e a redução do aporte de oxigênio e nutrientes aos
tecidos. Quando os vasos acometidos pelas placas de colesterol são as artérias
coronárias (artérias do coração), o resultado final pode ser o infarto
cardíaco(leia: INFARTO DO MIOCÁRDIO | Causas e prevenção); quando são
acometidos vasos cerebrais, o paciente pode evoluir com um AVC (leia: ENTENDA O
AVC - ACIDENTE VASCULAR CEREBRAL).
Dislipidemia
O aumento dos níveis de colesterol é chamado de dislipidemia. Durante
muito tempo os médicos avaliaram o grau de dislipidemia através dos valores do
colesterol total, que nada mais é do que a soma dos níveis sanguíneos de HDL +
LDL + VLDL. Porém, como acabamos de explicar, há o colesterol ruim e o
colesterol bom, o que torna pouca eficiente a avaliação conjunta deles.
Atualmente o colesterol total é menos valorizado do que os níveis individuais
de HDL e LDL.
Veja esses exemplos:
Paciente 1 - LDL 150, HDL 20 e VLDL 20 = colesterol total de 190
Paciente 2 - LDL 100, HDL 65 e VLDL 25 = colesterol total de 190
Pelo que foi explicado até agora, não há dúvidas que o paciente 1
apresenta mais riscos de aterosclerose que o paciente 2, apesar de terem o
mesmo nível de colesterol total. O exemplo acima explica o porquê do colesterol
total não ser o melhor parâmetro para avaliar a dislipidemia.
Valores de colesterol HDL e colesterol LDL
Como a dislipidemia é um dos principais fatores de risco para doenças
cardiovasculares, a medicina tem tentado estabelecer, através de estudos, quais
são os níveis ideais de colesterol HDL e LDL. Atualmente classificamos o
colesterol da seguinte maneira:
LDL
Menor que 100 mg/dL - Ótimo
Entre 101 e 130 mg/dL - Normal
Entre 131 e 160 mg/dL - Normal/alto
Entre 161 e 190 mg/dL - Alto
Maior que 190 mg/dL - Muito alto
HDL
Menor que 40 mg/dL - Baixo (ruim)
Entre 41 e 60 mg/dL - Normal
Maior que 60 mg/dL - Alto (ótimo)
O que fazer quando o colesterol está alto?
Uma dieta rica em gorduras insaturadas e pobres em gorduras saturadas
está indicada para todas as pessoas, independente do valor do seu colesterol.
Porém se você tem dislipidemia, seguir esta dieta é ainda mais importante.
Entretanto, nem sempre a sozinha resolve o problema do colesterol alto,
isto porque o aumento do colesterol LDL está relacionado a fatores genéticos e
alimentares. 75% do nosso colesterol é de origem endógena (produzido pelo
fígado) e apenas 25% vem da alimentação. Logo, se os valores do LDL forem muito
elevados, somente a dieta não será suficiente para normalizar os valores do
colesterol ruim. Falamos um pouco mais sobre a dieta para quem tem colesterol
alto neste link: DIETA PARA BAIXAR O COLESTEROL.
Exercícios físicos ajudam a elevar o HDL e a diminuir o LDL, sendo outra
opção para o controle da dislipidemia. Porém, assim como na dieta, a redução
também não é grande. A dieta e os exercícios físicos são suficientes para
aqueles pacientes com LDL até 160 mg/dl. Este é o grupo que pode conseguir bons
resultados sem ter que recorrer a medicamentos.
Colesterol na alimentação. Clique na imagem para ampliá-la
A decisão de quando começar os remédios depende não só dos valores de
LDL e HDL , mas também da presença de outros fatores de risco para doença cardiovascular,
nomeadamente:
- Tabagismo (leia: COMO E PORQUE PARAR DE FUMAR CIGARRO).
- Hipertensão (leia: HIPERTENSÃO ARTERIAL (PRESSÃO ALTA)).
- Diabetes (leia: SINTOMAS DO DIABETES MELLITUS).
- Insuficiência renal crônica (leia: INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA ).
- Obesidade e Síndrome metabólica (leia: OBESIDADE E SÍNDROME
METABÓLICA).
- Idade maior que 45 anos.
Quanto mais fatores de risco você tiver, mais baixo deve ser seu
colesterol. Grosso modo, podemos resumir da seguinte maneira os alvos:
Paciente com apenas um fator de risco - Colesterol LDL deve ser menor
que 160 mg/dL
Paciente com dois ou mais fatores de risco - Colesterol LDL deve ser
menor que 130 mg/dL
Pacientes com alto risco cardiovascular, principalmente se tiver tido um
infarto ou AVC - Colesterol LDL deve ser menor que 100 mg/dL
Trabalhos mais recentes começam a sugerir que um LDL menor que 80 é o
ideal para pacientes de alto risco.
O HDL muito baixo também é considerado fator de risco, mesmo com LDL não
muito elevado. Já se pode indicar tratamento apenas baseado no seu valor.
É ruim ter HDL muito alto?
Não, pelo contrário. Algumas pessoas, normalmente mulheres, têm HDL
muito elevados, às vezes acima de 100 mg/dL. Isso não indica qualquer doença.
Na verdade, são pessoas afortunadas pois apresentam baixo risco de doença
cardíaca, principalmente se o LDL for baixo.
Quais são os sintomas do colesterol alto?
Nenhum! Colesterol alto não provoca sintomas.
Atenção: colesterol alto não dá cansaço, dor de cabeça, falta de ar,
prostração ou qualquer outro sintoma. A dislipidemia é uma doença silenciosa. A
única maneira de saber os níveis de colesterol é através da análise de sangue.
Triglicerídeos
A hipertrigliceridemia, nome que se dá ao aumento dos triglicerídeos no
sangue, também é fator de risco para aterosclerose, principalmente se
associados a níveis baixos de HDL.
Os triglicerídeos estão intimamente ligados ao VLDL e seu valor costuma
ser 5x maior. Por exemplo, um indivíduo com VLDL de 30 mg/dL, terá níveis de
triglicerídeos ao redor de 150 mg/dL.
Os valores normais de triglicerídeos são:
Até 150 mg/dL = normal
Entre 150 e 199 mg/dL = limítrofe
Entre 200 e 500 mg/dL = elevado
Maior que 500 mg/dL= muito elevado
O tratamento para baixar os triglicerídeos consiste em exercícios aeróbicos
regulares, redução de peso e controle da ingestão de carboidratos (massas,
doces, refrigerantes...) e álcool.
A dieta associada à prática de esportes é mais bem sucedida na redução
dos triglicerídeos do que no colesterol LDL, principalmente no sexo masculino.
Enquanto a maioria dos pacientes com colesterol alto acaba precisando de
drogas, pacientes disciplinados conseguem controlar seus triglicerídeos sem
precisar apelar para medicamentos.
A elevação do colesterol e, principalmente, dos triglicerídeos, estão
associados a uma maior incidência de acúmulo de gordura no fígado, chamado de
esteatose hepática (leia: O QUE É ESTEATOSE HEPÁTICA?).
Do mesmo modo que a hipercolesterolemia pode ter origem genética, a
hipertrigliceridemia também. Existem casos de triglicerídeos maiores que 1000
mg/dL (eu já vi até 4000 mg/dL). Nestes indivíduos o sangue tem tanta gordura
que chega a ficar com aspecto leitoso. Triglicerídeos exageradamente altos
aumentam o risco de pancreatite aguda (leia: PANCREATITE CRÔNICA E PANCREATITE
AGUDA).
Para saber mais detalhes sobre os triglicerídeos, leia: O QUE SÃO OS
TRIGLICERÍDEOS?
Medicamentos usados para o tratamento do colesterol alto (dislipidemia)
Todo paciente com colesterol e/ou triglicerídeo elevado deve se submeter
à dieta, praticar exercícios físicos regulares e, se estiver acima do peso,
emagrecer.
Os medicamentos de escolha para redução do LDL e aumento do HDL são as
estatinas, também chamadas de inibidores da enzima HMG-coA reductase (enzima do
fígado responsável pela produção de colesterol). As estatinas também agem na
redução dos triglicerídeos.
As estatinas mais prescritas são:
- Sinvastatina
- Atorvastatina
- Fluvastatina
- Pravastatina
- Rosuvastatina
- Lovastatina
A rosuvastatina e a atorvastatina são as mais fortes e conseguem
reduções do colesterol com menores doses. Porém, quando comparamos doses
equivalentes, não há diferenças nos resultados entre todas as estatinas.
Portanto, a escolha deve ser individual, baseado nas condições econômicas e na adaptação
do paciente à droga. No final das contas, todas as estatinas são efetivas.
Os principais efeitos colaterais destes medicamentos são a dor muscular
e as câimbras (leia: TUDO SOBRE CÂIMBRAS). Em alguns casos a lesão muscular
pode ser séria e indicar a interrupção do tratamento. Hepatite medicamentosa
também pode ocorrer (leia: AS DIFERENÇAS ENTRE AS HEPATITES).
Apesar das estatinas agirem nos níveis de triglicerídeos, os fibratos
são uma classe com ação mais intensa para esse fim. Os fibratos reduzem os
triglicerídeos, mas praticamente não interferem no colesterol LDL.
Os fibratos mais usados são:
- Fenofibrato
- Benzafibrato
- Genfibrozil
- Clofibrato
- Ciprofibrato
A associação entre fibratos e estatinas deve ser feita com cautela, uma
vez que há aumento do risco de lesão muscular com o uso concomitante dessas
drogas.
Vérsion en español: COLESTEROL ALTO